A Pegada Hídrica (HH) é um indicador multidimensional de apropriação (uso, consumo e contaminação) de recursos de agua doce, que contempla 2 dimensões de uso: direto e indireto, e 3 tipos: Azul, Verde e Cinza. O uso direto é aquele que um consumidor ou produtor realiza de tal forma, enquanto que o uso indireto se refere ao volume de agua, também denominado "virtual", de toda a cadeia de produção de um bem ou serviço.
A avaliação da Pegada Hídrica permite observar como a agua é utilizada no meio ambiente, nas economias das cidades, nas práticas de produção e nos setores agropecuários e industriais, nos hábitos cotidianos da população, e comparar a oferta real com a demanda real, incluindo a contaminação hídrica, promovendo sua gestão eficiente.
Expressa o volume de agua consumido ou contaminado num período de tempo, permitindo analisar as implicações ambientais, sociais e económicas do uso da agua em diferentes níveis geográficos.
È um indicador quantitativo que reflete o uso, consumo e contaminação de agua de forma direta e indireta, através de seus 3 componentes: Pegada Azul, Pegada Cinza e Pegada Verde.
O conceito e a metodologia para a quantificação da HH foram desenvolvidos pelo Dr. Arjen Hoekstra (2003) e massificados através da organização Water Footprint Network (WFN), rede que agrupa organizações internacionais vinculadas a temas de agua e saneamento, desde 2008.
O Projeto Pegada de Cidades baseia suas metodologias de medição de Pegada Hídrica na seguinte ferramenta, tanto para organizações como para cidades:
Water Footprint Assessment Manual
"O Water Footprint Assessment Manual, desenvolvido pela Water Footprint Network (WFN), é um manual que outorga um amplo conjunto de definições e métodos para a contabilidade da Pegada Hídrica. Inclui métodos para avaliar a sustentabilidade da agua e uma gama de opções de resposta a partir dos resultados da medição da pegada. Este manual representa uma norma comum sobre as definições e métodos de cálculo da Pegada Hídrica como base para a formulação de estratégias sustentáveis de gestão da agua e o estabelecimento de políticas públicas." (WFN 2004).
A Pegada Hídrica Azul se refere ao volume de agua superficial e subterrânea consumida como resultado da produção de um bem ou serviço. Pode ser a agua extraída ou “abstraída” do solo ou a agua superficial que não retorna à bacia de onde foi retirada
A Pegada Hídrica Verde é o volume de agua de chuva consumida durante o processo de produção, particularmente relevante para os produtos agrícolas e florestais. Considera o total da evapotranspiração da agua de chuva (de campos e plantações) mais a agua incorporada ao produto colhido ou á madeira
A Pegada Hídrica Cinza é um indicador da contaminação da agua doce, associado a sua cadeia de abastecimento. È definido como o volume de agua doce que se requer para assimilar a carga de contaminantes existentes sobre a base dos padrões ambientais de qualidade da agua
Atualmente o uso da agua em centros urbanos está muito longe de ser sustentável, inclusive com o nível de demanda atual. As evidências dos impactos da mudança climática sobre este recurso, indicam que a distribuição da chuva mudará drasticamente e será mais imprevisível no futuro, afetando a disponibilidade de recursos hídricos tanto para consumo humano, como para a geração de energia elétrica e para o sector agropecuário, afetando possivelmente a soberania e segurança alimentaria.
Segundo a FAO, o consumo de agua tem aumentado mais do dobro sobre o percentual de crescimento da população no último século. A demanda de agua poderia aumentar até superar en 40% a oferta (McKinsey and Company, Charting our Water Future: Economic frameworks to Inform decision-making, 2009).
Quando incluímos a variável de contaminação hídrica (HH Cinza), fica evidente que a capacidade dos ecosistemas de proveer o recurso vital está sendo amplamente superada.
A avaliação da Pegada Hídrica permite observar como este recurso é utilizado através do meio ambiente, das economias das cidades, das praticas de produção nos setores agropecuário e industrial, e dos hábitos cotidianos da população, e comparar a oferta real com a demanda real, incluindo a contaminação hídrica. Este processo de avaliação e os resultados que se obtém conduzem a compreender a agua como um recurso comum, promovendo de esta forma uma gestão eficiente nas cidades, com a participação dos atores relevantes sob um esquema de governança.
